CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
ECONOMIA
Ataíde
Silva de Souza - 4200061314
Ingrid
Mayara de Oliveira - 4200061012
Maria
Luciana Silva Souza - 3724683488
Rafael
Ticianelli Correia de Lima -3721674407
Sheilla
Pereira - 4200061356
Thiago
Souza - 4835890096
Vanessa
Ramos da Silva – 4200061362
Yago
Yamamoto Silva - 4234821861
Inflação
Profº
Roberto Bittencourt
Santo André,
setembro de 2012.
Inflação
Inflação
Inflação
é um processo pelo qual ocorre aumento generalizado nos preços dos bens e
serviços, provocando perda do poder aquisitivo da moeda. Isso faz com que o
dinheiro valha cada vez menos, sendo necessária uma quantidade cada vez maior
dele para adquirir os mesmos produtos. Porém a inflação não pode ser confundida
com altas esporádicas de preços, devidas a flutuações sazonais por exemplo.
Esses aumentos devem também ser generalizados, com todos os bens participando
dessa escalada altista.
As
fontes de inflação costuma diferir em função das condições de cada país:
a) Tipo
de estrutura de mercado
(oligopolista, concorrencial etc.), que condiciona a capacidade dos vários
setores de repassar aumentos de custos aos preços dos produtos;
b) Grau
de abertura da economia ao comércio exterior: quanto mais aberta a economia à
competição externa, maior a concorrência interna entre fabricantes, e menores
os preços dos produtos;
c) Estrutura
das organizações trabalhistas: quanto
maior o poder de barganha dos sindicatos, maior a capacidade de obter reajustes
de salários acima dos índices de produtividade, e maior pressão sobre os
preços.
O que causa a inflação
São vários os
fatores que causam inflação. Um dos mais importantes é a (a) aproximação entre oferta e demanda
agregada. Em outras palavras, quando o consumo interno de um país fica
muito perto de sua capacidade produtiva, os empresários podem ter incentivo
para aumentar os preços.
Outro processo
muito comum é o (b) choque de
oferta, que se dá quando algum imprevisto causa queda brusca no volume de
produção de determinado bem. Trata-se de ocorrência relativamente comum no
setor agrícola, pois, não raro, lavouras são afetadas por problemas climáticos.
Contudo, tais declínios acentuados de produção tendem a ter efeito limitado
sobre os índices gerais de preço, haja vista que o cálculo de sua variação
dá-se sobre uma cesta muito grande de produtos.
Há outros
fatores, não menos relevantes, que influenciam o comportamento da inflação. Um
deles é (c) a variação cambial.
Uma eventual elevação súbita da cotação do dólar ante o real, como a que se viu
em 1999, tem como efeito automático o encarecimento dos chamados produtos
‘tradables’, isto é, aqueles comercializáveis tanto interna quanto
externamente. é que esses bens e serviços, justamente por essa característica,
são cotados na moeda americana.
Ainda no campo
externo, um (d) fenômeno
inflacionário que atinja diversos países tende
a contaminar os preços domésticos. é o que se viu antes da crise financeira
americana de 2008, quando as cotações das commodities agrícolas, minerais e
energéticas subiam com vigor na esteira da pujante demanda internacional.
Por fim, (e) a inflação passada também pode alimentar reajustes de
preços no presente. Este processo, que atualmente se dá em nível muito menor
que o verificado no período de hiperinflação, é chamado de indexação. A boa
notícia é que este efeito restringe-se hoje aos chamados preços administrados -
aqueles regulados por contratos que determinam a recomposição da inflação
passada por meio de um índice de preço. Este é o caso de muitos serviços
públicos, cadernetas de poupança e aluguéis.
Para se ter um entendimento melhor
sobre a questão inflacionário é importante saber distinguir a inflação
provocada pelo excesso de demanda agregada (inflação de demanda) da inflação por elevação de custos (inflação de custos) e da inflação
devida aos mecanismos de indexação de preços (inflação inercial).
Inflação de Demanda
É
quando há excesso de demanda agregada em relação à produção disponível. As
chances de a inflação da demanda acontecer aumentam quando a economia produz
próximo do emprego de recursos.
Para a inflação de demanda ser combatida, é necessário que a política econômica se baseie em instrumentos que provoquem a redução da procura agregada.
Para a inflação de demanda ser combatida, é necessário que a política econômica se baseie em instrumentos que provoquem a redução da procura agregada.
Inflação de Custos
É
associada à inflação de oferta. O nível da demanda permanece e os custos
aumentam. Com o aumento dos custos ocorre uma retração da produção fazendo com
que os preços de mercado também sofram aumento. As causas mais comuns da
inflação de custos são: os aumentos salariais fazem com que o custo unitário de
um bem ou serviço aumente; o aumento do custo de matéria-prima que provoca um
super aumento nos custos da produção, fazendo com que o custo final do bem ou
serviço aumente; e, por fim, a estrutura de mercado que algumas empresas
aumentam seus lucros acima da elevação dos custos de produção.
Inflação Inercial
A inflação
inercial é o processo automático de realimentação de preços, ou seja, a
inflação corrente decorrente da inflação passada, perpetuando-se uma inércia ou
memória inflacionária. Ela é provocada, fundamentalmente, pelos mecanismos de
indexação formal (salários, alugueis, contratos financeiros) e indexação
informal (preços em geral e impostos, preços e tarifas publicas).
Ou seja, os
aumentos de preços passados são automaticamente repassados para todos os demais
preços da economia, por meio dos mecanismos de correção monetária, cambial
salarial, gerando um processo auto-realimentador da inflação.
A
política econômica brasileira de combate à inflação
A inflação tornou-se crônica na
economia brasileira, particularmente a partir dos anos 1950. Ao longo dessa
década, o déficit do governo já era, para os economistas, umas das principais
causas da inflação. Várias eram as explicações para o surgimento dos déficits
governamentais. De um lado, a necessidade de o governo fornecer
infra-estrutura, como transportes, energia e saneamento, para que o setor
privado pudesse produzir o volume de bens e serviços desejados pela sociedade
brasileira. De outro, a baixa produtividade dos serviços do governo e a
consequente ineficiência na aplicação de seus recursos, associados à
impossibilidade de o governo aumentar a carga tributária (e, portanto, sua
receita), dado o baixo nível de renda per capita da população.
Assim, como o governo não podia
aumentar os impostos para financiar o desenvolvimento econômico, optou pelas
emissões de dinheiro. Com isso gerou-se uma típica inflação de demanda: quanto
mais dinheiro circulava, maiores eram as compras, relativamente a uma
capacidade produtiva que não tinha condições de crescer no curto prazo.
De 1964 a 1973, a inflação apresentou
uma persistente tendência de queda. A política de combate à inflação
caracterizou-se em uma primeira fase (1964-1966) por um tratamento de choque:
houve uma rígida política monetária, fiscal e salarial que mudou o patamar da
inflação de cerca de 100% em 1964, para perto de 30%, em 1967.
O período de 1968 a 1973 foi o do
“milagre” econômico, com elevadas taxas de crescimento obtidas na economia
brasileira. Com o crescimento da produção, a taxa de inflação passou de 25,4%
em 1968, para 15,7% em 1973.
A partir de 1973, a crise
internacional do petróleo trouxe repercussões profundas na economia mundial, e,
desde essa data, a economia brasileira passou a apresentar taxas de inflação
crescentes. Além dos choques do petróleo, outros fatores foram extremamente
importantes para explicar a aceleração da taxa de inflação ao longo dos anos
1970 e meados dos anos 1980:
a) os elevados gastos públicos com
programas de substituição de importações na área de energia, aço, bens de
capital e minerais não ferrosos, ocorridos na gestão Geisel;
b) elevação da divida externa devido
ao aumento tanto do principal (anos 1970) como das taxas de juros
internacionais (inicio dos anos 1980).
Durante todo o período de 1964-1973, o
diagnóstico para as causas da inflação brasileira utilizava a linha de
pensamento econômico ortodoxo (hoje
chamada de neoliberal), que atribuía
ao excesso de demanda, associada ao desequilíbrio
das contas publicas, a responsabilidade pelo processo inflacionário. O
principal mecanismo de política econômica de combate à inflação para essa
corrente estava na redução da demanda agregada, com a redução dos gastos do
governo (e a consequente redução do tamanho do Estado), com uma política
salarial restritiva e controle da oferta monetária.
A partir de março de 1986, com o
governo da Nova República, mudou-se o diagnostico sobre a inflação brasileira
e, consequentemente, as novas políticas de combate à inflação. Tratava-se então
de um quadro de inflação inercial.
Os pressupostos teóricos eram os de que a economia brasileira se encontrava
altamente indexada, ou seja, todos os negócios, contratos etc. eram firmados
com base num índice que procurava garantir a correção monetária dos valores
envolvidos. Dessa forma, todos os aumentos de preços eram captados pelo índice
e, automaticamente, repassados para todos os demais preções da economia,
gerando um processo automático de realimentação da inflação.
Foi a partir desse diagnostico
inercialista que o Plano Cruzado
procurou romper com esse mecanismo de propagação de inflação, congelando os
preços, os salários e o câmbio (a chamada política
heterodoxa), numa tentativa de eliminar a “memória” inflacionária.
O Plano Cruzado teve vida efêmera.
Muitas foram suas falhas, a começar pela manutenção do congelamento por um
período muito longo (nove meses). Quando foi implantado, os preços relativos
encontram-se fora do equilíbrio, e muitos preços estavam defasados, o que
provocou o aparecimento do ágio e a maquiagem de muitos produtos. Por ocasião
do descongelamento, no inicio de 1987, com o chamado Plano Cruzado II, houve
nova aceleração inflacionária.
Outros planos, como o Plano Bresser e o Plano Verão, ainda durante o Governo Sarney, e mais tarde o Plano Collor, também utilizaram o
congelamento de preços e salários para tentar conter o processo inflacionário.
O Plano Collor, de março de 1990, foi
o mais ousado na pratica de inconstitucionalidades, ao promover um bloqueio
total dos ativos mantidos pelos agentes econômicos nas instituições financeiras.
O plano atacou a questão do déficit e os mecanismos de financiamento do setor
publico; contudo, os demais fatores causadores do processo inflacionário –
conflito distributivo e mecanismos de indexação – continuam a agir. As taxas de
inflação pós-Plano continuaram elevadas e, ao final de 1990, tinha-se uma clara
ideia de que o conjunto de medidas adotados havia sido incapaz de promover um
efetivo processo de estabilização da economia.
Em 1994, no Governo Itamar Franco,
tendo como Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, implementou-se o Plano Real. Esse, por sua vez,
representou um avanço em relação aos planos anteriores, reconhecendo que as
principais causas da inflação brasileira estavam no desequilíbrio do setor
público e nos mecanismos de indexação.
Numa primeira etapa, procurou-se
equilibrar o orçamento publico por meio da criação do IPMF (Imposto sobre
Movimentação Financeira, posteriormente denominado CPMF – Contribuição sobre
Movimentação Financeira), que incide sobre as transações bancarias, e do Fundo
Social de Emergência, que desvinculou as receitas federais das destinações para gastos específicos.
Numa segunda etapa, processou-se, de
forma muito bem sucedida, a quase total desindexação da economia com a mudança
da moeda: passagem do cruzado real para a URV (unidade Real de Valor) e dessa
para a nova unidade monetária o real.
A terceira etapa consistiu na consolidação do Plano, utilizando instrumentos
econômicos como a âncora cambial e a âncora monetária.
A âncora
cambial, consistiu na valorização da moeda nacional, ao lado de um registro
de bandas cambiais (câmbio fixo), que procurou baratear o custo dos produtos
importados. A âncora monetária
baseou-se na elevação da taxa de juros e da taxa de reservas compulsórias dos
bancos comerciais, com o objetivo de controlar a demanda agregada, que tinha
aumentado substancialmente no período devido à melhoria do poder aquisitivo dos
trabalhadores em geral, com a queda da inflação.
Esse modelo permaneceu até janeiro de
1999, quando, em decorrência da redução do fluxo financeiros de capitais para
os países emergentes, iniciada com a crise do Sudeste Asiático em 1997 e
exacerbada pela moratória da Rússia em 1998, o Brasil foi forçado a recorrer ao
FMI e abandonar as âncoras anteriores, adotando desde então o câmbio flutuante
e o regime de metas inflacionárias.
As metas inflacionárias passaram a ser a nova âncora monetária. As
autoridades monetárias se comprometem a cumprir metas de inflação estabelecidas
para o ano corrente e próximo, com Tolerância de um desvio de 2% para cima ou
para baixo.
Para o cumprimento dessas metas, foi
criado, em junho de 1999, o Comitê de Política Monetária (Copom), composto pelo
presidente, diretores e chefes de departamento do Banco Central, que se reúne e
fixa mensalmente a taxa de juros de compra e venda de títulos públicos (taxa
Selic); uma taxa consistente com a meta fixada para o FMI.
O Copom também anuncia, nessas
reuniões, um viés, ou seja, a
tendência de inflação até a próxima reunião. Pode ser anunciado um viés de alta ou viés de baixa ou viés neutro
(sem viés). Por exemplo se o Copom
estabelecer um viés de baixa, isso significa que o presidente do Banco Central
poderá reduzir a taxa Selic antes mesmo da próxima reunião do Comitê.
A
corrente estruturalista
Nos anos de 1950 e 1960, embora a
política adotada pelo governo utilizasse um diagnóstico monetarista da inflação
de demanda, havia também a chamada corrente
estruturalista ou cepalina, que suponha
que a inflação em países em via de desenvolvimento é essencialmente causada por
pressões de custos. Essas pressões de custos seriam derivadas de questões estruturais, tais como:
a)
estrutura agrícola, pela qual a oferta de alimentos não
responde rapidamente aos estímulos de demanda e provoca elevações de preços;
b)
estrutura do comercio internacional, que eleva o déficit crônico no balanço
de pagamentos dos países subdesenvolvidos e os obriga a políticas de
desvalorização cambial, que provocam aumentos nos custos de produção;
c)
estrutura oligopólica dos mercados, que faz com que as empresas repassem
todos os aumentos de custos aos preços dos produtos finais.
Assim, diferentemente dos monetaristas
e neoliberais, os estruturalistas supõem que as causas da inflação se localizam
no comportamento do setor privado (oligopólios, latifúndios) e não do setor
publico. A formação ideológica desses economistas, com grande influencia
socialista e marxista, tornou-os ferrenhos defensores de uma economia mais
centralizada, baseada em planejamento e grande participação do Estado.
De forma mais genérica, os
estruturalistas consideram que as causas da inflação devem-se aos conflitos distributivos, que se
estabelecem na tentativa de os vários setores da sociedade buscarem manter ou
elevar sua parcela na renda nacional: os empresários, por meio de preços que
preservem suas margens de lucros; o governo, com impostos, preços e tarifas
públicas; e os trabalhadores, com seus salários. Nessa disputa, os principais
beneficiários são os grandes oligopólios
e os maiores perdedores são os trabalhadores.
Como se percebe, o governo é
normalmente preservado no diagnóstico estruturalista: os desequilíbrios do
setor público seriam provocados pelos interesses dos grandes grupos econômicos
(setor financeiro, latifundiário, oligopólios, capital estrangeiro).
Segundo essa corrente, o combate à
inflação deve ser feito principalmente por meio de reformas estruturais (por
exemplo, a reforma agrária) e pelo controle de preços dos setores
oligopolizados.
Na realidade, o debate entre várias
concorrentes de economistas em relação à inflação foi mais intenso antes do
Plano Real, quando as taxas inflacionárias ainda eram elevadas. Com o sucesso
da política antiinflacionária implantada por esse plano, que utilizou
instrumentos tanto heterodoxos (reforma monetária) como tipicamente monetaristas
(equilíbrio orçamentário, âncoras cambial e monetária, metas inflacionárias), a
controvérsia sobre as causas da inflação praticamente cessou, e o foco
atualmente tem se concentrado em outras questões, como crescimento econômico,
emprego, distribuição de renda e vulnerabilidade externa.
Referências
Bibliográficas
VASCONCELOS, Marco Antonio S.; GARCIA,
Manuel Enriquez. Economia: Inflação.
2ª Edição. São Paulo-SP: Saraiva, 2009
O que é Inflação? – Disponível em:
http://www.brasilescola.com/economia/inflacao.htm.
Acessado em 13 de setembro de 2012.
Inflação, Perguntas e Respostas –
Disponível em: http://veja.abril.com.br/perguntas-respostas/inflacao.shtml.
Acessado em 13 de setembro de 2012.
Conceitos sobre Inflação – Disponível
em: http://www.gazetadeitauna.com.br/conceito_inflacao.htm.
Acessado em 14 de setembro de 2012.